
Com cinco tipos de violência doméstica tipificados pelas leis atuais no Brasil, a mais comum é a física, que deixa marcas para além dos aspectos da pele, afetam a alma. Se em uma ponta falta coragem de denunciar o agressor, do outro, algumas mulheres buscam ajuda profissional para tratar dos problemas imediatos, mas para não expor a relação, muitas optam pelo silêncio adotando justificativas que afastam as suspeitas de seus companheiros, mas que podem ser facilmente identificadas por profissionais dotados de sensibilidade humana e fino trato com as questões diversas de cada paciente.

O médico ortopedista e traumatologista da Climege – Hospital Dia, Dr. Avai Neto, destaca que a identificação se faz principalmente com os tipos de traumas mais comum no consultório: o trauma direto, quando há arremesso de objeto ou o trauma por meio de hematomas, quando o agressor aperta com muita força algumas regiões do corpo da mulher, como o pescoço na tentativa de enforcamento, que normalmente deixa expostas marcas avermelhadas ou roxas.
O profissional aposta ainda que o diálogo, independente da área em que se atual, é a melhor saída para tentar ajudar aquela vítima. “Conversar com essas mulheres é ideal para identificar as verdadeiras causas das lesões e tentar ajudar de alguma forma”, comentou.
O traumatologista reforça também que as lesões traumáticas violentas em ambiente doméstico geralmente se apresentam no crânio da vitima. Membros utilizados como força de defesa também são regiões fáceis de se notar, como braços e pernas.
Outras características:
– Pescoço marcado pode indicar sinal de tentativa de enforcamento
– Lesões cortantes na camada mais superficial da pele (epiderme)
– Emocional abalado. Quando a paciente chega chorar no consultório, tentando conversar.
– Desvio de atenção, apresentando justificativas para o trauma que não condizem com a realidade.